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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Henrique atingiu seis objetivos. O sétimo...

 
 
 NATAL, quarta-feira 25 de janeiro de 2.012 - Presidente do PMDB no Rio Grande do Norte, líder da agremiação na câmara baixa do país e interlocutor muito recorrido pelo Palácio do Planalto, principalmente para apagar incêndios que queimem a base parlamentar de apoio à presidente Dilma Rousseff, há poucos dias o deputado federal Henrique Eduardo Alves se esgoelou em Brasília ao defender a permanência, à frente do ministério da Integração Nacional, do engenheiro e ex-deputado pernambucano Fernando Bezerra Coelho, que apodrecia sozinho, na linguagem imortalizada pelo saudoso governador Cortez Pereira.

Nem todo mundo em Natal percebeu, mas ali o Deputado investiu na busca de uns sete ou oito objetivos. Tentou e conseguiu isolar o PT como foco do fogo amigo representado pelas denúncias que até então defenestravam Coelho, num lance que, a princípio, teria agradado pessoalmente a Dilma, que já se havia convencido, convenhamos assim, da inocência do Ministro e gostaria de preservá-lo por algumas semanas, até consumar a reforma ministerial que arquitetava. Reforçou no episódio o relacionamento entre o PMDB e o PSB de Fernando, mas principalmente com o presidente nacional deste, o governador pernambucano Eduardo Campos, e levou o Ministro a liberar o andamento do projeto de construção da barragem de Oiticica, no trecho em que o rio Seridó corta e banha o município de Jucurutú.

Reforçou, ao mesmo tempo, a relação entre seu partido e o Dem, cujo presidente nacional, senador José Agripino Maia, gostaria mas não poderia, por força do cargo, emprestar atestado de boa conduta a Fernando, alicerçando ainda mais a proposta de parceria entre as duas legendas projetada dias antes pelo presidente nacional do PMDB, o vice-presidente Michel Temer, a grande âncora em que o Deputado potiguar apóia seus projetos em termos nacionais.

Ao mencionar a governadora Rosalba Ciarlini, dizendo falar também em nome dela, o parlamentar potiguar também lastreou melhor o caminho da aproximação, que almeja, entre esta e Dilma.

E por último agradou em cheio ao marido e principal conselheiro de Rosalba, o agropecuarista e ex-deputado estadual Carlos Augusto Rosado, primo e defensor de Fernando Coelho.

Comentários de ocasião sugeriram também que Henrique Eduardo havia alcançado seu mais ambicionado propósito, o de, advogando a permanência de Fernando Coelho, transformar o Ministro em seu aliado na luta que vinha travando desde janeiro de 2.011 para efetivar o engenheiro e ex-deputado estadual Elias Fernandes na direção geral do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs). Os dias seguintes mostrariam que Fernando trabalhou nos bastidores para defenestrar Elias, que ainda parece a muitos tentar equilibrar-se em corda cada vez mais bamba.

(Comentário de abertura da edição deste dia 25 do "Jornal de Roberto Guedes", no matutino impresso "Novo Jornal")

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