terça-feira, 28 de agosto de 2012

IRMÃ de Cinthia Lívia revela novos fatos

"Tudo que ele fala é mentira. Tudo que ele disse com relação a ter tido relacionamento comigo, minha mãe e minha irmã é mentira e temos motivos para desconfiar que ele mentiu também sobre o local onde matou minha irmã".

Este foi um relato feito por Jadna Larisse de Araújo, 19, irmã da estudante Cinthia Lívia de Araújo, 9 anos, assassinada de forma bárbara na noite do dia 21 de julho deste ano.Durante entrevista concedida à GAZETA DO OETE, Jadna revelou detalhes da noite em que Cinthia desapareceu.

A família da vítima acredita que o crime foi praticado na casa de Poliano Cantarelli Fernandes Lacerda (réu confesso), localizada na mesma rua em que a criança residia. Jadna disse que Cinthia desapareceu quando retornava para casa após ter ido comprar chiclete em uma mercearia, e para retornar para casa passou em frente a casa de Poliano, a partir daí ninguém mais a viu. "A pessoa que estava na mercearia quando Cinthia foi comprar o chiclete, viu quando ela dobrou a esquina em direção de casa e minha irmã estava na calçada na rua da minha casa e se Poliano tivesse levado ela de moto ou minha irmã ou a pessoa que estava na mercearia teria visto", disse.

Outro ponto levantado por Jadna é com referência ao tempo em que tudo aconteceu. Ela disse que Cinthia saiu de casa por volta de 19h15 e por volta de 20h todos já estavam procurando por ela. "Poliano disse que levou Cinthia de moto até a casa onde a matou, mas de 20h quando passamos em frente a sua casa, a moto dele estava no alpendre de sua própria casa, não havia tempo para ele matar ela e fazer tudo que ele disse que fez, e já estar em casa por volta de 20h", questionou.

SUSPEITAS
A família chegou a concluir que quando Cinthia passou em frente à casa de Poliano, ele a chamou e cometeu o crime em sua própria casa. Jadna ressalta ainda que tanto ela, quanto a mãe e as irmãs acreditam também que a atual mulher de Poliano sabia de tudo, e que foi coagida a não falar nada. "Ainda durante a noite do crime, por volta de 20h, quando passamos em frente à casa de Poliano, vimos a mulher dele de braços cruzados no portão da casa, momento em que também percebemos que a moto dele estava lá. Acreditamos que ele deixou a mulher no portão para observar se vinha alguém", disse.Jadna acrescentou também que uma vizinha de Poliano contou que na noite do crime aconteceu uma séria discussão entre Poliano, e a esposa e disse ter ouvido quando ele (Poliano) disse: 'Fique calada, você não vai contar nada pra ninguém'. E que nesta noite chegou a espancar a esposa. No domingo, dia seguinte ao crime, a mulher de Poliano foi embora muito cedo em direção a Mossoró, e ninguém mais a viu na cidade. "Nós acreditamos que ela (esposa de Poliano) viu Cinthia morta, e por medo, foi embora sem falar nada", relatou. Um detalhe que também levou a família de Cinthia a suspeitar que o crime aconteceu na casa de Poliano foi que na mesma noite e horário em que tudo aconteceu, houveu um assalto na rua onde ficam localizadas as casas onde Poliano disse que matou Cinthia, e a outra onde ele jogou o corpo no poço. "Se ele tivesse ido pra lá de moto com Cinthia, as pessoas que estavam na rua teriam visto algum movimento", apontou.

FRIEZA
Jadna conta que na noite do crime ela e a mãe ligaram várias vezes para Poliano para pedir para ele ajudar a encontrar a menina, mas ele não atendeu as ligações. Somente no dia seguinte, domingo, ele retornou. "Quando ele ligou retornando perguntamos, você tá sabendo que Cinthia está desaparecida desde ontem? Ele disse: Fiquei sabendo, mas que coisa, né? Mas Deus vai ajudar que ela vai aparecer", relatou.Jadna ressalta ainda que somente no dia em que o corpo de Cinthia foi encontrado foi que todos da família começaram a ligar as coisas e todas as pistas levavam a Poliano como principal suspeito. Foi então que a delegada Daniele Filgueira, ao ouvir essas suspeitas, procurou por Poliano, que foi preso quando chegava em Mossoró, numa tentativa de fuga.

Poliano nega as novas acusações e sustenta versão anterior

Após ouvir as revelações feitas por Jadna Larisse de Araújo, 19, a GAZETA DO OESTE foi até a Cadeia Pública de Mossoró Juiz Manoel Onofre de Souza, para ouvir o réu confesso Poliano Cantarelli de Lacerda, 35 anos, onde ele está detido desde o dia 26 de julho deste ano. Inicialmente, ao tomar conhecimento da presença da reportagem, Poliano se negou a receber qualquer profissional da imprensa. Através do chefe da equipe de agentes penitenciários, Poliano mandou dizer que não receberia ninguém da imprensa, que não tinha mais nada para falar e que já havia falado demais. Porém, a equipe insistiu no contato por quase duas horas e por fim, Poliano aceitou falar, mas sem sair da cela.De início, Poliano disse: "Não tenho mais nada para falar, tudo que tinha pra dizer sobre o caso já foi dito". Mas ao saber das novas acusações feitas por Jadna referente à participação da esposa como uma possível cúmplice do crime, Poliano se manifestou dizendo que essa história não existe. "Isso não existe, a minha mulher não tem nada a ver com isso, não sabia de nada", negou.

Quanto ao fato de uma vizinha ter ouvido ele (Poliano) ameaçar a esposa para que ela não falasse nada e ainda tê-la espancado, também negou. "Eu nunca bati em mulher na minha vida e minha esposa veio para Mossoró no domingo porque estava doente", explicou. A esposa de Poliano veio procurar atendimento médico em Mossoró, embora o hospital municipal de Tibau se localize há 500 metros da casa de Poliano.Mesmo sabendo que Jadna negou que ela, a mãe e a outra irmã tenham tido qualquer relacionamento com ele, Poliano insistiu em confirmar o que disse no depoimento. "Eu tenho como provar que tive esses relacionamentos e ela (Jadna) sabe disso, inclusive essas provas já estão com a polícia", sustentou.

SILÊNCIO
A conversa com Poliano foi finalizada quando lhe foi perguntado sobre o fato dele ter revelado tanto nos depoimentos, quanto nas entrevistas concedidas anteriormente para outros veículos de comunicação, que antes de jogar a estudante Cinthia Lívia no poço ele a vestiu. A pergunta feita a ele foi a seguinte: Você disse em seu depoimento e na entrevista para a TV que não violentou a vítima, então por que ela estava despida? Por que você precisou vesti-la? A reposta de Cantarelli foi a seguinte: "Tudo que tinha pra falar sobre isso eu já falei", concluiu.

Família de estudante espera que justiça seja feita

Jadna falou do sentimento da mãe e todos da família com relação à morte de Cinthia. "A minha mãe chora todo dia e disse que não quer morrer antes de ver Poliano pagar por tudo que fez, ela disse que o desejo dela era fazer justiça com as próprias mãos. Eu tenho nojo dele e não gosto nem mesmo de pronunciar o nome dele", relatou.Segundo a irmã de Cinthia, a rotina da família mudou depois da tragédia. Jadna conta que Cinthia era uma menina dedicada e que tinha uma rotina que incluía estar em casa com a família, ir à escola, visita diária à igreja e ficar em casa vendo TV. "À noite, quando sentamos para assistir televisão, é quando mais sentimos o vazio que ela deixou, porque era o horário em que estávamos sempre todos juntos em casa", comentou.Jadna ressalta que Poliano é muito frio e mentiroso. Explica que de tudo que Poliano falou em depoimento e nas entrevistas que deu, a única verdade é que ele era próximo da família e que arranjava serviços de faxina nas casas que ele tomava conta na Praia das Emanoelas. "Ele tá falando tudo isso pra tentar justificar o que ele fez, mas ele ainda vai pagar por tudo que ele fez com Cinthia e com toda a minha família", desabafou.

Barriguda News
Gazata do Oeste

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